Balanço final do PyConBrasil

Com quase três vezes o número de inscritos em sua primeira edição, a II PyConBrasil reuniu veteranos e muitos novos interessados em Python.


II PyconBrasil reúne especialistas e
iniciantes para debater o futuro do Python

Com cerca 400 inscritos, quase três vezes o número de sua primeira versão em Campinas, ano passado, a II PyConBrasil reuniu uma nova safra de interessados pelo Python – muitos egressos da onda enorme que tem espalhado pelo país o mais popular gerenciador de conteúdo baseado nesta linguagem, o Plone. Do encontro de veteranos e noviços surgiu um congresso vibrante, com palestras marcadamente técnicas, outras fundadas em conceitos básicos, treinamentos concorridos e curiosidades e informações gerais sobre a linguagem. Neste ano, o Plone dividiu com a linguagem Python propriamente a preferência dos participantes.

Os treinamentos apresentados por Jean Rodrigo Ferri, Desenvolvimento Rápido com ArchGenXML, e por Fabiano Weimar dos Santos, Integração de Sistemas Legados com Plone, concorreram com as palestras no auditório, superlotando a sala de treinamentos do Interlegis. O ArchGenXML é um gerador de códigos, que permite criá-los sem escrever diretamente na linguagem. A partir de definições, o ArchGenXML gera o código em XML. O seu uso tem sido articulado com o Archetypes, que é usado para produzir novos tipos de conteúdo para o Plone. E foi exatamente o Archetypes o objeto da palestra de Dorneles Treméa. Sua preocupação foi apresentar exemplos com funcionalidades ainda pouco ou nada documentadas, trazendo informações novas a muitos dos presentes.

Treméa é o atual mantenedor do LinguaPlone, membro-fundador da Plone Foundation e co-responsável pelo gerenciamento do projeto de internacionalização do Plone (plone-i18n). Jean Rodrigo Ferri, trabalha no programa Interlegis, foi um dos coordenadores da II PyConBrasil, colabora com o desenvolvimento de produtos para o Plone e é um dos fundadores do sítio eletrônico www.tchezope.org, referência nacional e internacional em Plone e Zope.

A palestra “Por que Python é tão lento”, apresentada por Rudá Sumé Tente de Moura inscreve-se no campo dos desenvolvedores em Python diretamente. A abordagem procurou discutir a otimização dos produtos: “a otimização não deve ser a preocupação direta do desenvolvedor”. Para Rudá ela deve existir quando houver necessidade, para evitar perder a clareza e a expressão da linguagem, que deve continuar sempre fácil de ler e de escrever para quem vai manter o sistema. Se o site registrar uma demanda baixa, em ambiente controlado, exemplifica, não há motivo para se preocupar com otimização. Caso surja essa necessidade, o caminho, segundo Rudá, é o Psyco, um sistema que vai passo-a-passo otimizando a aplicação em Python. O Psyco gera código rapidamente sem modificar muito a estrutura da linguagem, garantindo a sua característica de um funcionamento robusto. Rudá Moura apresentou ainda o projeto em andamento do Python on Python (PyPy), que também irá manipular a linguagem para otimizá-la de maneira mais fácil e pode trazer ganhos maiores do que o Psyco.

A palestra de Osvaldo Santana Neto sobre o Python 3 teve o objetivo de indicar aos programadores o futuro do Python e as correções de caminho que pretendem ser feitas. Algumas importantes mudanças de paradigmas estão em debate nas listas de discussão da linguagem e devem ser acompanhados pelos desenvolvedores para que possam nos próximos anos construir seus novos sistemas e adaptar os atuais a essas alterações. Os PEPs – Python Enhancement Proposal – de número 3000 estão dedicados a tais alterações e abertos para consulta ampla. Como sempre deve acontecer com um software livre, a série Python2 não será descontinuada. O trabalho de atualizações em paralelo deve ser interrompido pela comunidade somente com a estabilização da versão três, o que não deve ocorrer antes de quatro ou cinco anos. Desde agora, no entanto, o debate está aberto a toda a comunidade e os interessados podem informar-se nos diversos espaços eletrônicos dedicados ao Python na Internet. Osvaldo trabalha no Instituto Nokia de Tecnologia, voltado ao Maemo, um linux dedicado a dispositivos móveis, hoje rodando no Nokia 770 – Internet tablet.

Mais informações: Mário Simões (61) 8121-2828 - msc@msc.jor.br

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