CIDADANIA - Cartilha contra o Bullying é lançada na Assembleia Legislativa de Rondônia


Iniciativa é da Escola do Legislativo. Confira outras informações na matéria publicada no portal da Assembleia Legislativa de Rondônia:

A Escola do Legislativo lançou na manhã desta terça (11), no plenário da Assembleia Legislativa, a cartilha “Diga Não ao Bullying”, com a presença de várias autoridades e representantes de escolas. O presidente da Assembleia parabenizou a iniciativa da escola legislativa, pois com esta iniciativa “está cumprindo a sua função como ferramenta de transformação social”.

Valter Araújo explicou que iniciativas assim ajudam a aproximar a Escola do Legislativo da comunidade. Segundo ele, isso está dentro da proposta colocada em prática na Assembleia, de aproximação com a comunidade. A Diretora da Escola Dilma Maria Santos realizou a apresentação da Cartilha que explica o que é bullying, como se pode identificar sinais nas crianças que sofrem com a agressão, a nova modalidade deste mal que é o cyberbullying ou bullying virtual, que é “a modalidade mais moderna e cruel, pois dificilmente se consegue identificar os agressores, pois não é sempre que se consegue saber a origem das mensagem”, afirmou Dilma.

Continuou na apresentação demonstrando que o bullying pode se dar de várias formas: a partir dos alunos para alunos (agressões físicas, morais, intimidação), alunos professores (agressões verbais, ameaças, especialmente se forem mais idosos, negros, homossexuais ou mais pobres) e professores para alunos (xingar, ameaçar, negar direitos, fazendo com que os alunos fiquem fragilizados perante a classe). Para a diretora, para acabar com esta situação é “preciso envolver a todos, pais, alunos, professores e a sociedade. Não é punindo o agressor que o problema vai acabar”, salientou.  

A secretária Municipal de Educação de Porto Velho, Maria de Fátima Ferreira falou que no município é realizado um trabalho de base com as crianças e envolvendo pais e professores. Incluindo também ações em tempo integral nas escolas com atividades esportivas e recreativas, pois assim “estarão aprendendo a compartilhar espaços, contribuindo assim para o ambiente de paz escolar, valorizando a família, para que junto com a escola desenvolvam este ambiente de respeito mútuo e harmonia”, esclareceu.

O hoje secretário Municipal da Agricultura de Porto Velho, José Wildes falou que enquanto vereador e defensor da educação foi um canal na câmara municipal para que fosse criada legislação municipal pertinente ao Bullying.

O diretor das Medidas Sócio Educativas do Município de Porto Velho e responsável pelo Projeto Fênix, Damião Silva, parabenizou a iniciativa da Escola do Legislativo, pois este é um tema de extrema relevância e pertinência de ser discutido, pois, segundo ele, “colocamos em nossas casas segurança, cercas elétricas e até cachorros para protegê-la, mas muitas vezes o agressor está dentro de nossas casas”, concluiu.

O psicólogo Jackson Melo de Carvalho, representando o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente do Município de Porto Velho falou sobre a violência das escolas, enfatizando que trabalha há sete anos em escola pública e ninguém consegue ensinar o que não sabe. Ressaltou que a violência nas escolas vai muito além da agressão física entre indivíduos, ocorre muitas vezes por regras, normas e hábitos culturais.

O deputado Euclides Maciel (PSDB) que também é o autor de um projeto de lei que tramita na Assembleia, no qual institui o Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas da rede pública e privada falou que o bullying começa nas famílias. “Antigamente se respeitava até com o olhar, hoje não. Não é preciso agredir. A Assembleia Legislativa tem buscado soluções para fazer a diferença na sociedade em relação a essas questões”, frisou.

 A deputada Epifânia Barbosa (PT) disse que a Assembleia Legislativa tem buscado fazer a diferença debatendo questões no que diz respeito à sociedade, pautando seus debates em defesa da criança e do adolescente que são os que apresentam mais vulnerabilidade social. Salientou que é necessário pautar os debates na inclusão social, sendo que Porto Velho é o município mais violento do país e é preciso partir de medidas corretivas, para medidas preventivas que influenciarão e muito na redução da violência. Citou que apresentou um projeto de lei que determina a primeira sexta-feira do mês de agosto para trabalhar o combate à violência. Falou ainda, que a parceria da Fecomércio, do Ministério Público e da delegada Noelle Leite, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), junto a diretora da Escola do Legislativo, Dilma dos Santos foram fundamentais na elaboração dessa cartilha.

O promotor de Justiça Marcelo Oliveira falou que se os Poderes conseguirem trazer luz para este tema que envolve disciplina, respeito, preparação para à cidadania e finalizar à violência que tem assustado os estudantes será um avanço nessa área. Elogiou a brilhante iniciativa da Assembleia Legislativa na elaboração da cartilha e enfatizou o Ministério Público se põe à disposição para ser coparceiro nessas questões.

O superintendente da Fecomércio, Rubens Nascimento disse que a federação promove o desenvolvimento, e que não há desenvolvimento sem educação. Nossos braços fortes, o Senac e o Sesc hoje tem três mil alunos. Quando fomos procurados pela Escola do Legislativo apoiamos de imediato essa iniciativa e junto com nossa equipe técnica desenvolvemos essa cartilha para servir como passo inicial nesta campanha. Essa iniciativa da Assembleia Legislativa de iniciar um campanha direta sobre a violência, que deveria ser do Governo, mostra que o Legislativo é um parceiro do Executivo. "Mas essa campanha não pode ficar restrita à cartilha, precisa de outros complementos”, afirmou.

O presidente da Casa, deputado Valter Araújo (PTB), ao encerrar o evento explicou que a participação da Assembleia Legislativa parte do índice crescente de violência no estado. Informou que há sete anos tem trabalhado em prol de assuntos como esse através da “Jornada contra a Pedofilia e Pornografia” utilizando as igrejas como instrumentos de mobilização para conscientizar a sociedade, bem como o combate às drogas e a violência. “Precisamos envolver a sociedade como um todo atingindo e estruturando as famílias para que possamos ter uma sociedade melhor. Trouxemos um debate nesta Casa na semana passado, onde o IBGE informou que no estado tem 35 mil famílias vivendo à margem da extrema, ou seja, mais de 300 mil pessoas. Isso nos preocupa porque a fome e a miséria são a entrada para todos os tipos de ações danosas. Hoje se dá mais valor a um brinquedo, ou a um presente do que a um ato harmonioso de um abraço, de um carinho. Esse padrão de consumo na sociedade em que a maioria não tem condições de acompanhar é uma porta para o traficante agir na vida das crianças e dos adolescentes”, afirmou.

O presidente citou que a Assembleia Legislativa em sua totalidade está preocupada com essas questões sociais. Nossa preocupação é utilizar a Escola do Legislativo como uma ferramenta de inclusão social. Queremos massificar essa campanha em todo o estado para dar nossa contribuição de combate a violência. Não vamos conseguir resolver isso se os poderes e órgãos trabalharem isolados. Temos que unir forças para chegar a um objetivo maior de uma sociedade mais igualitária”, finalizou.

 Entenda o bullying 

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz. Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.


Fonte: ALE/RO - DECOM