Projeto Vida reintegra jovens à sociedade através do trabalho

Adolescentes de Fernandópolis que têm liberdade assistida pela Vara da Juventude encontraram seu caminho de volta à sociedade

Adolescentes de Fernandópolis que têm liberdade assistida pela Vara da Juventude encontraram seu caminho de volta à sociedade. Eles fazem parte do projeto Juventude Vida que existe há cinco anos na cidade e trabalha com medidas socioeducativas.
A grande conquista do projeto tem sido os empregos que os rapazes de 12 a 21 anos conseguem através de parcerias do projeto com empresas. Um bom exemplo é o grupo de 85 adolescentes que estão inseridos no mercado de trabalho.

A empresa Adejos, que produz cadeiras artesanais, é uma das que ajudam esses jovens a se reintegrarem à sociedade através do trabalho. Lá, os meninos fazem cadeiras de junco que são vendidas à população. Segundo o proprietário, Áureo Terrin, dos 20 funcionários que atuam na fábrica, a metade já possui carteira de trabalho assinada.

“Eu precisava de mão-de-obra e o projeto oferecia isso. Através de Dona Judite, psicopedagoga da instituição, os rapazes vieram trabalhar na minha empresa. Tenho percebido a evolução e senso de responsabilidade que vêm desenvolvendo”.
Terrin deixa claro que todo o mérito pertence ao Poder Judiciário e à Juventude Vida. Ele conta que esses garotos sofrem muito preconceito quando voltam à sociedade e que o trabalho é um modo de amenizar essa atitude.

“Aqui dentro todos trabalhamos com liberdade e disciplina. Não tenho mais problema de horários e faltas. Eles têm se empenhado mais a cada dia. Até o fim de 2008 a empresa vai contratar mais 80 garotos na mesma situação”, diz.

Um dos beneficiados do projeto, disse ser grato pela oportunidade e pretende continuar na profissão como tantos outros que começaram ali e estão trabalhando em fábricas maiores. O salário de cada jovem pode chegar a R$ 700 reais.

Judite Brandão, psicopedagoga da instituição, explicou que o Juventude Vida atende não apenas Fernandópolis, mas também os municípios de Meridiano, Macedônia e Guarani D`Oeste.

“Fazemos um trabalho de orientação com assistência social e psicológica. Nós recebemos também ajuda do trabalho voluntário de professores que se responsabilizam pela alfabetização”, diz.
Ela conta que muitos dos meninos chegam ao local sem nem saber escrever o nome. As notas na escola são outro problema que com muito esforço foi resolvido pelo projeto.

“Os meninos chegam aqui rebeldes, desmotivados, sem perspectiva de vida e a nossa grande satisfação é vê-los retomar o caminho certo, melhorar na escola, viver em sociedade. A melhor parte é que nossa assistência tem bons resultados”, declara.

A CATI, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de Fernandópolis doou 80 mudas de árvores para o projeto. Com essa atitude será criada na instituição uma oficina incentivando os garotos a plantar árvores.

O projeto Juventude Vida funciona em parceria com a organização não governamental Comunidade Família São Pedro, Vara da Juventude de Fernandópolis e é conveniado da Fundação Casa de São José do Rio Preto.