Brasil poderá ensinar países em desenvolvimento a produzir biodiesel

Muitos países estão interessados em conhecer o biodiesel que foi desenvolvido no Brasil

O governo brasileiro está disposto a transferir para os países pobres a tecnologia de produção de biodiesel, segundo afirmou hoje (26) em Davos, na Suíça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante discurso no Fórum Econômico Mundial, Lula sugeriu que os países ricos financiem tais projetos nos países em desenvolvimento como forma de diminuir a desigualdade no mundo.
"O biodiesel gera emprego, gera renda, gera desenvolvimento. E o nosso programa poderia ser um exemplo a ser financiado pelos países ricos aos países africanos e aos países da América Central", disse Lula.

Um dos principais temas em discussão no Fórum Econômico Mundial 2007, que começou no dia 24 e termina no próximo domingo (28), são as mudanças climáticas. Como são provocadas principalmente pela emissão de gases poluentes, o biodiesel aparece com uma das alternativas para reduzir esse processo.
Lula citou que os Estados Unidos, por exemplo, em vez de produzirem etanol do milho, deveriam financiar projetos de biodiesel nos países pobres, o que poderia ser inclusive mais barato.

O professor Mário Ferreira Presser, coordenador do Curso de Diplomacia Econômica da Universidade de Campinas (Unicamp), disse à Agência Brasil que “isso tem vários atrativos: contempla os africanos, os europeus, o Brasil. Resolve a questão do clima, da pobreza e da liberação do mercado de açúcar e álcool”.
“A estratégia dos empresários brasileiros é mostrar que não se tornarão os grandes produtores de etanol sozinhos, que muitos outros países em desenvolvimento podem se beneficiar desta abertura de mercado”, analisa.

“Há entusiasmo com isso inclusive no Banco Mundial. Uma vez que ninguém sabe bem o que fazer com a África, inserir a África como produtor de um produto com demanda certa seria um tremendo avanço e seria um grande gol para o Brasil”, acredita Mário Presser.