Encontro da ABEL prega profissionalização das Escolas do Legislativo

Foram mais de cem participantes de 41 escolas

 

Com a aprovação de uma carta que registra os avanços e a importância das escolas que representa, a Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (ABEL) encerrou na tarde desta quinta-feira, o seu 22º Encontro, realizado em parceria com o Interlegis/ILB. No documento, os representantes das instituições presentes defendem maior profissionalização, institucionalização e reconhecimento oficial das escolas – temas muito discutidos nos dois dias do encontro.

A quinta-feira foi marcada pela troca de experiências e projetos de vários Estados, mas começou com uma palestra do professor da Universidade de Brasília, Antônio José Barbosa, que apresentou um panorama do que representam as Escolas de Governo, ressalvando a diversidade no estágio de cada uma, uma vez que nem todas gozam das mesmas condições materiais, operacionais ou políticas.

Ao tratar dos desafios, obstáculos e verdadeiro papel das Escolas de Governo, o professor afirmou que elas devem enxergar para além da administração pública e pensar em atender mais diretamente os cidadãos de forma geral. Barbosa acredita ser possível descobrir nichos de atuação para as escolas do Legislativo, aproveitando, por exemplo, as ramificações locais das estruturas de governo nas áreas de educação e saúde. Ele defendeu ainda que “é preciso institucionalizar as escolas e pensar na sua permanência”.

Escolas e cidadania

A professora Fátima Thimoteo, servidora da Câmara Municipal de São Paulo, mostrou todos os passos seguidos pela Escola do Legislativo a partir da definição de um projeto político-pedagógico. Ela disse que estas instituições devem criar sua identidade, ter legitimidade e continuidade, independentemente das mudanças políticas nas casas legislativas.

Se as escolas de governo atuam basicamente na formação de servidores, as do Legislativo tem que ter diálogo com a sociedade, de onde vem a preocupação com a educação para a cidadania, defendeu a professora.

Exemplos práticos desta concepção são os programas desenvolvidos pelo Centro de Formação da Câmara dos Deputados apresentados por uma equipe do CEFOR, gerando um grande debate. São eles: Parlamento Jovem, que completou dez anos; Estágio-visita, para universitários; A escola na Câmara, voltado apenas para o Distrito Federal e região do entorno; Missão pedagógica no Parlamento, para professores do ensino fundamental e médio da rede pública; Estágio-cidadão, para os estagiários da própria Câmara; Oficina de Atuação no Parlamento, para organizações, associações e sindicatos; e Ensino à distância.

A equipe da Coordenação de Educação Superior do Interlegis/ILB apresentou algumas novidades da área, como a adoção de videoconferência para cursos de extensão, e distribuiu um questionário para mapear as necessidades das escolas e aumentar a parceria entre os dois lados.

Balanço

 

Total de participantes: 133
Total de escolas – 41
Escolas de Governo  do Legislativo e de Contas – 37
Escolas de Governos do Executivo – 4
Outras entidades – 1 – Embaixada da Rússia

O próximo encontro ficou previsto para maio, em local ainda a ser definido.