Especialistas pedem políticas continentais de gestão das águas

Eventos demonstraram, em agosto, que as iniciativas de preservação da qualidade dos recurso hídricos têm de extrapolar as fronteiras nacionais

Entre os dias 12 e 17 de agosto, a Cidade da Guatemala, na Guatemala, sediou o 6º Diálogo Interamericano sobre Gestão das Águas (D6). Já a capital da Suécia, Estocolmo, realizou entre os dias 12 e 18 deste mês a Semana Mundial da Água.

O D6, cujo lema este ano era "Do Diálogo à Ação: Fortalecendo Alianças e Construindo as Bases para Alcançar os Objetivos do Milênio", reuniu representantes dos países americanos e quase 400 especialistas. Em pauta, os desafios para conciliar o gerenciamento da água com o desenvolvimento econômico, a gestão dos recursos hídricos em zonas áridas e semi-áridas e o uso sustentável da água.

Para os organizadores do encontro, a participação variada e ampla, tanto nos programas de aproveitamento da água, como em outras políticas públicas, pode ajudar a acabar com a fome e a miséria; garantir educação básica de qualidade a todos; promover a igualdade entre sexos e a valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a Aids, a malária e outras enfermidades; melhorar a qualidade de vida e proporcionar um engajamento amplo que contribua para o desenvolvimento econômico mundial.

Para o secretário de Recursos Hídricos e Ambientes Urbanos do Ministério do Meio Ambiente, Luciano Zica, o encontro organizado pela Rede Interamericana de Recursos Hídricos (RIRH) permitiu que os representantes dos países americanos, entre eles, vários que compartilham reservatórios transfronteiriços, se reunissem com alguns dos principais agentes financiadores de ações e programas de revitalização de bacias e programas de saneamento, como o Banco Mundial (Bird) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Orador em uma das plenárias do seminário, Zica apresentou um painel sobre os percalços do gerenciamento de águas e como estes contribuem para a evolução institucional dos países. Zica voltou ao Brasil convicto da necessidade de as nações, principalmente as sul-americanas, estabelecerem uma agenda comum para cuidar das águas. "Há a necessidade de elaborarmos uma política regional para a América do Sul, já que temos um volume muito grande de águas transfronteiriças. A conservação da qualidade e da quantidade de recursos hídricos do Brasil depende da cooperação internacional com os países vizinhos", explicou.