País africano quer adotar modelo do Bolsa Família

Representantes do Malawi, nação do sudeste da África, estão no Brasil para conhecer os critérios e o funcionamento do programa


Mais um país em busca de políticas para o combate à pobreza pretende utilizar as experiências do Bolsa Família. Desta vez, uma missão do Malawi, nação do sudeste da África com 12 milhões de habitantes, está no Brasil para conhecer e discutir os critérios e o funcionamento do programa de transferência de renda do governo brasileiro presente em 9 milhões de lares pobres. Nesta quarta-feira (04/05), a comitiva com integrantes das áreas de bem-estar social, educação, saúde, finanças e planejamento, se reuniu, em Brasília, com a ministra em exercício do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes.

O Brasil tem se mobilizado na implantação de uma rede de proteção social com articulação permanente de municípios, estados e União e integração de áreas de necessidade da população, ressaltou Márcia Lopes, informando que o Ministério desenvolve 20 programas, que chegam a 62 milhões de pessoas de todos os municípios brasileiros. Ela também destacou a criação do Sistema Único da Assistência Social (Suas), que agiliza o repasse de recursos e respeita as realidades locais.

Andrina Michiela, ministra de Promoção da Igualdade de Gênero, Bem-Estar da Criança e Serviços Comunitários do Malawi, disse que é evidente o compromisso do governo brasileiro com a população mais pobre e, por isso, não estranhou o fato de o Bolsa Família ser tão bem sucedido no Brasil e no exterior. Pretendemos implantar o programa de alguma forma em nosso país, afirmou.

Além da pobreza, que atinge 50% da população do Malawi, outro problema grave é a Aids. No País, 15% dos moradores têm o vírus HIV, que gera uma grande quantidade de crianças órfãos. Os habitantes também enfrentam problemas com seca e enchentes.

A secretária de Renda de Cidadania do MDS, Rosani Cunha, informou que a meta do Bolsa Família, estabelecida em 2003, é atender todas as famílias pobres ( 11,1 milhões) até o final de 2006. Ela apontou alguns desafios do programa, como garantir a qualidade da gestão e o acompanhamento das contrapartidas exigidas dos beneficiários. Embora seja um programa novo e ainda seja preciso avançar muito, há várias evidências de sua importância no combate à fome e à pobreza, afirmou a secretária.

Rosani Cunha enfatizou a importância de compartilhar com outros países a experiência do Bolsa Família. Isso ajuda a pensarmos sobre o nosso programa, disse. A viagem dos integrantes do governo do Malawi ao Brasil teve o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Além do Bolsa Família, a missão vai conhecer o programa Cidade-Mãe, da prefeitura de Salvador, que garante atendimento integral a crianças e adolescentes.