Biblioteca do Senado expõe obras raras

A exposição comemora os 180 anos da biblioteca e pode ser visitada até o dia 28 de junho

A Biblioteca do Senado está propiciando aos amantes de livros raros e ao público em geral a oportunidade de apreciar uma valiosa coleção com volumes, que, em alguns casos, chegam a quase 400 anos de idade. Montada em comemoração aos 180 anos da biblioteca, a exposição pode ser visitada até o dia 28 de junho, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. 

Entre as obras expostas, a mais antiga, e de maior valor, é o livro Novus Orbis (Novo Mundo), descrição histórica, geográfica, científica, etnológica e lingüística da América, ou Índias Ocidentais, como já foi chamado o continente. Datado de 1633, é de autoria de Johannes de Laet, geógrafo e historiador flamengo, diretorda empresa comercial Companhia Holandesa Índias Ocidentais. 

Alguns volumes, como o primeiro catálogo da biblioteca, de 1898, valem pelas informações históricas, e neste caso também bibliográficas. Outros impressionam igualmente pela beleza e riqueza das ilustrações e das capas. É o exemplo do livro Estados Unidos do Brasil: Geographia, Etnographia, Estatistica, texto escrito pelo francês Jean-Jaques Elisee Recluspara a obra Géographie Universelle, e editado no Brasil por H. Garnier, "livreiro-editor", do Rio de Janeiro, em 1900. Uma curiosidade a respeito desse livro é que foi produzido quando Reclus encontrava-se exilado por sua participação na Comuna de Paris.

 

Obra da maior importância é a coleção em 116 fascículos e 56 volumes Flora Brasiliensis, de autoria do médico e botânico alemão Karl Friedrich Von Martius em conjunto com o zoólogo Johans Baptist Von Spinx, além de pintores e desenhistas. Entre 1817 e 1820, eles percorreramo interior do Brasilcatalogando e desenhando plantas, flores, frutos e sementes, com impressionante riqueza de detalhes. A publicação da Flora Brasiliensisiniciou-se em 1840 e foi concluída em 1906. 

O material selecionado pela diretora da Subsecretaria de Pesquisa e Recuperação de Informações Bibliográficas, Helena Celeste, e pela bibliotecária Maria Cristina Pedrinha não se restringe à produção de estrangeiros. Encontra-se ali o Atlas do Império do Brazil, de 1868, "dedicado a Sua Majestade o Imperador D. Pedro II".Machado de Assis está presente com uma edição de 1943 de Memórias Póstumas de Brás Cubas e um manuscrito do poema O Casamento do Diabo, adquirido no bojo da coleção do senador Luiz Viana filho, que dá nome à Biblioteca do Senado. 

A exposição também é uma oportunidade para se apreciar registros oficiais, como leis, tratados e biografias, material que sempre teve grande utilidade no dia a dia do Senado e é um roteiro da história política e jurídica do Brasil. Em contraste, o visitante vai encontrar a coleção do Pasquim, o tablóide humorístico editado pela chamada "esquerda festiva" no final da década de 1960 e início da seguinte, que se notabilizou pela luta contra a censura do regime militar.

180 Anos de História Viva - Exposição de Obras Raras - até 28 de junho, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, no Anexo II do Senado Federal, Praça dos Três Poderes.

 

Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho na Internet: http://www.senado.gov.br/sf/Biblioteca